Homilia 6º Domingo da Páscoa – ANO A – Evangelho: Joao 14, 15-21

Contexto: No capítulo 13 Jesus lavara os pés de seus discípulos, ai temos os capítulos 13, 14, 15, 16, 17 cinco capítulos que compõe o discurso de despedida de Jesus, a cena de despedida, e ai poderíamos apontar; o lava pés a cena, e a sequencia de discurso. Quando se trata de despedida o ambiente é psicologicamente difícil as pessoas experimenta a dor da ruptura, do distanciamento que se verificará. Percebia Jesus e os discípulos, a tensão crescer. O ambiente se fazia ameaçador. Judas já se retirara, a. ruptura se via também entre os discípulos, o grupo está ferido, um deles abandonou, descartou um messianismo feito de humildade, de serviço de entrega oblativa. É nesse contexto que Jesus fala aos discípulos antes da cruz.

“Se me amais guardareis meus mandamentos”. (Cf. Jo 14,15). Amar = no nosso mundo ocidental para todas as experiências é a relação da mãe com os filhos, a relação entre amigos, a relação entre namorados e namoradas, tudo é amor, uma palavra só, e o mesmo verbo, amar. Na cultura grega havia três sentidos para essa palavra. Amor Philos – amor entre amigos . Amor Eros – amor de um namorado pela namorada, de um homem por uma mulher, e de uma mulher pelo homem.

Amor Ágape – amor oblativo, de entrega gratuita, sem qualquer outro interesse se não o bem do outro, é até um amor mais doido, em que: Quem ama entrega a inteireza de si mesmo, para construir, para o bem do outro.

 Se me amais – o sentido do verbo amor é a terceiro conceito – ágape – amar para com, viver inteiramente, unicamente para o outro, sem qualquer outro interesse, a não ser a pura e simples entrega de si mediante gratuidade, sem nenhuma outra intenção. Se me amais, observareis os meus mandamentos – observarei minhas palavras: Por que fazer? O motivo pelo qual fazer? Unicamente por causa do Senhor. Sem nenhuma outra intenção que envolva algum outro interesse se não a única entrega oblativa.

“Observareis o meu mandamento e ele enviará o Paraclito”(Cf. Jo 14,16). Defensor, ajudador, advogado, aquele que se apresenta para defender, e neste caso para defender por pura gratuidade, para evitar que o mal incida sobre alguém. Jesus estar se despedindo. “O Espírito da verdade” (Cf. Jo 1417). Verdade é equivalente de amor, revelação do amor de Deus, o Espírito do amor de Deus. “Que o mundo não pode acolher”. (Cf Jo 14, 17). Mundo – é a cultura que rejeita a gratuidade o amor.  Segundo linguagem da gratuidade oblativa. O mundo não consegue compreender um amor assim, é profundamente marcado por um interesse, cuja linguagem ou tom tem sempre algum de egoísmo.

No novo testamento 259 vezes se fala do amor ágape, no Evangelho segundo João, 26 vezes, e nesse nosso texto 4 vezes. Olha o quanto é relevante para o evangelista essa forma de entrega amorosa, sem nenhum outro interesse, se não o bem do outro, por pura gratuidade. “Eu não vos deixarei órfão”. (Cf Jo 14, 18).  Quem tem um Pai e uma Mãe é Filho. Quem perdeu o Pai ou a Mae não é mais filho, no sentido de que, pelo menos a relação filial não existe mais. Eu não vos deixarei órfão: Na despedida de Jesus, não haverá orfandade, porque a promessa do Espírito Santo, é a melhor expressão da proximidade, da intimidade que o Senhor terá com os seus eleitos. “Eu virei a vós”. (Cf. Jo 14, 18). Vejam, Ele não diz que voltará, não é um retorno, é uma presença que nunca se rompe, Jesus pode partir, tem a paixão, tem a morte, após a ressurreição, todavia sua presença não será sentida em modo de falta, mas será reconhecida pela presença da força do alto, do Espírito de Deus que sustentará aqueles seus discípulos. Você já viu meu irmão, minha irmã: talvez já tenha pronunciado essa frase ou visto alguém dizer: “Não sei onde encontrei tantas forças – só por Deus mesmo”. O Espírito de Deus, estava lá.

Pe. Vandilson Pereira Sobrinho.

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