Toda pastoral, formação e espiritualidade é Vocacional

Toda pastoral, formação e espiritualidade é Vocacional.

O Papa Francisco tem impulsionado a dimensão ministerial, fazendo crescer a consciência da vocação batismal, na qual todos são chamados à vida, à amizade com Jesus e à santidade (ChV, n. 248). O Papa nos ofereceu a chave para a compreensão de uma Igreja verdadeiramente ministerial, valorizando o papel de proximidade da hierarquia aos leigos e leigas, valorizando os ministérios por eles assumidos. Uma Igreja vocacionada que congrega na unidade.

De fato, a vocação nasce na Igreja e é sustentada por ela. “A Igreja é a casa da misericórdia e a ‘terra’ onde a vocação germina, cresce e dá fruto. O chamado vocacional nos coloca no seguimento e amizade com Jesus Cristo (ChV, n.253). Ela nos põe em relação com o outro (ChV, n. 254.  A lógica do projeto de Francisco, fundamentado na missão de Cristo que proclama o ano da Graça do Senhor, anuncia o Reino de Deus (Lc 4,19.43), congrega e faz comunidade (Mc 13,13-19), partilha o pão e envia em missão (Lc 24,30.47).

Francisco ao colocar em relevo temas como a conversão pastoral, Igreja em saída, fraternidade universal e o cuidado com a Casa Comum nos mostra que uma comunidade vocacionada, uma casa de portas abertas, que acolhe a todos com o bálsamo da misericórdia do Pai, vai ao encontro dos mais necessitados. Mais que teoria, o Papa tem realizado gestos concretos e proféticos, como a convocação do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, num processo participativo de escuta.  Entre tantos aspectos vocacionais existentes na sua teologia e vida, destaca-se a alegria, expressa nas cartas, homilias e discursos: Alegria do Evangelho, Alegria do Amor, Alegrai-vos e Exultai, Óleo da Alegria.

Na Exortação ‘Gaudete et Exultate’ sintetiza o sentido da alegria: aquela que se vive em comunhão, que se partilha e comunica. Que “há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35); Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7). A alegria proposta aos(às) vocacionados(as) está intimamente ligada ao serviço que brota do amor fraterno, do pão partilhado. Ela é essencial na missão evangelizadora dos discípulos missionários para anunciar ao mundo, com alegria, o Evangelho (EG, n.10).

Além da alegria no acompanhamento vocacional, na ‘Christus Vivit’ “recorda algumas convicções de nossa fé, e ao mesmo tempo nos encoraja a crescer em santidade e no compromisso com a própria vocação” (ChV, n.3). Acompanhamento alicerçado na escuta e na conversão do coração.

O acompanhamento se desenvolve em três sensibilidade de escuta: a primeira em que ouvimos os outros com toda atenção e desprendimento (discípulos de Emaús – Lc 24,13-35); a segunda sensibilidade de escuta constitui o discernir o que a pessoa disse (o que está dizendo); a terceira é aquela que orienta o coração ao Senhor, que faz inclinar o coração para a intimidade com Jesus (ChV, n. 294), é fruto de uma profunda amizade com Cristo, seja do acompanhador, seja do(a) vocacionado(a).

O discernimento vocacional é sempre feito em um diálogo a três: o acompanhante espiritual, o vocacionado e o próprio Deus. “A vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro”. O objetivo do discernimento vocacional é ajudar aos vocacionados (as) a discernir o chamado de Deus em sua vida, na escuta da Palavra de Deus. O coração de cada jovem deve ser considerado “terra sagrada”.

Existe uma pluralidade de mundos juvenis. Em vez de escutar a tendência e dar respostas preconcebidas deve-se abrir à escuta disponível e atenta dos jovens. O Papa Francisco nos ensina que no acompanhamento dos jovens incentive-se o protagonismo juvenil, compreenda-se o contexto atual da juventude, procure se inserir na sua realidade, no campo da internet, dando oportunidade de serem protagonistas dentro da Igreja. (ChV, n. 243). Construir uma Pastoral Juvenil, criando espaços inclusivos, onde somos uma Igreja de portas abertas (ChV n. 237). Quando o Espirito Santo encontra estruturas e pessoas abertas à novidade, Ele transforma os corações, mentalidade e estruturas e garante a promoção da vida dos jovens.

Vivenciamos este Ano Vocacional amparados pelo ministério do Papa Francisco. Proclamamos com alegria que Cristo vive! Sim, Ele vive, Ele o Cristo! (ChV, n. 1). “Não deixeis que te roubem a esperança e a alegria” (ChV, n. 107). “Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, peça a Jesus que te renove. Com Ele não falta a esperança” (ChV, n. 109). “Pois Deus te ama, Cristo te salva, Ele vive!” (ChV, n. 112-129).

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