- ) O escudo na cor vermelha recorda o grande sinal do amor: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida por seus amigos.” (Jo 15,13). O mistério Pascal de Cristo, vítima de amor para a salvação do mundo, inspira a vida e a missão do Bispo: Doar-se no amor! Viver o amor como oferta de si também recorda até onde chega o amor por Cristo. O vermelho também representa o sangue dos mártires que é a semente dos cristãos.
- 2) No centro do escudo, em destaque, encontra-se o coração flamejante dourado, sinalizando a fonte do amor que orienta a vida do Bispo. Marcado pela chaga da lança e da coroa de espinhos, recorda o sacrifício intimamente ligado ao amor. O verde da coroa de espinhos ressalta que eles continuam ativos e são também causa de sofrimento, representando os grandes desafios que a humanidade enfrenta: o pecado, as guerras, as injustiças, a banalização da vida e o descuido da casa comum. A cor dourada do coração representa o zelo do Bispo pelo clero. Como bem nos exorta o Papa Francisco, peçamos ao Senhor que faça com que o nosso coração se assemelhe ao seu e que sejamos seus instrumentos para que Ele possa “passar fazendo o bem” a todos.2
- 3) No alto do brasão, a esquerda, o lírio florido se refere a São José, o justo e fiel guardião da sagrada família. Homem da prontidão ao chamado de Deus, José sempre se dispõe a cumprir sua vontade. Em sonho, o anjo lhe diz: “Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o Menino para o matar.” (Mt 2,13). Discernindo a vontade de Deus, e sensível a seus sinais, José obedece e colabora com a providência divina em seu mistério de salvação. O Lírio prateado será permanente lembrança da disposição em sempre servir a Cristo e cuidar de seu rebanho, desejo que permanece vivo no coração do pastor. O símbolo é, ao mesmo tempo, referência ao patrono universal da Igreja e santo querido do Vale do Paraíba, e homenagem à Igreja particular de onde é enviado o novo Bispo: São José dos Campos.
- 4) A flor-de-lis, símbolo de pureza e de fé, que se encontra no alto do escudo à direita, representa a Bem-aventurada Virgem Maria. O Papa Pio XI ensinava que “Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina maternidade.”3. Sob a proteção de Bem-aventurada Virgem Maria, venerada como padroeira da Diocese de Barra do Garças – sob o título de Nossa Senhora da Guia – o Bispo confia a ela a intercessão pelo seu ministério e pela vida de sua Igreja Particular. Ela, Rainha dos Apóstolos e Mãe da Igreja, é modelo de discípula atenta à Palavra de Deus. Como recorda São João Paulo II, “o Bispo encontrará na santa Mãe de Deus uma mestra na escuta e cumprimento solícito da Palavra de Deus, no discipulado fiel ao único Mestre, na firmeza da fé, na esperança jubilosa e na ardente caridade”. (Pastores Gregis, 14)
2 Cf in: Twitter do Papa Francisco em 23 de junho de 2023.
3 Papa Pio XI – Proclamação de São José como Patrono Universal da Igreja em 8 de dezembro de 1870.
5) A Cruz processional atrás do escudo e da faixa, sustentando-os, indica a fidelidade do seguimento de Cristo: “Se alguém quiser me seguir, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24). A adesão à cruz do Senhor é condição para o exercício do ministério episcopal e sinal de amor, doação e amizade com Jesus.
- 6) O chapéu do peregrino com seus cordões decorados com franjas, ao redor do escudo, recorda a dignidade episcopal que deve ser entendida como serviço à comunidade diocesana, da qual o Bispo é pastor. O Cristão Bispo é um peregrino que caminha para Deus e leva consigo o seu povo. O cordão no chapéu do peregrino servia para amarrá-lo ao redor do pescoço para que ele não fosse levado pelo vento. Por isso, lembra da necessidade da ligação com Jesus Cristo, cabeça da Igreja. As doze franjas que decoram o cordão se referem aos doze apóstolos, a sucessão e a colegialidade dos Bispos com o Papa.
- 7) Concluído o escudo, na faixa dourada, lemos o lema do Bispo: o modo com o qual ele deseja servir a Cristo por meio do ministério que lhe é confiado. “Deus é amor” (1Jo, 4-8). O Bispo, enviado para amar, como Cristo amou, é chamado ao esforço cotidiano de fazer o seu coração semelhante ao Dele. O lema na base do brasão dá sentido, direção e sustento a todos os elementos, bem como a vida e o ministério episcopal.
Texto: Pe. Patriky Samuel Batista e Pe. Gustavo Munhoz de Sousa
Heraldistas: Camilo Alves Luís e Pe. Patriky Samuel Batista