Aconteceu entres os dias 08 e 09 de novembro de 2025, no Centro de Evangelização São Paulo Apostolo, CESPA, a 32º Assembleia Sinodal Diocesana da Diocese de Barra do Garças MT. De início a abertura e acolhida conduzida pelo Pe. Vandilson, Coordenador Diocesano de Pastoral e pelo nosso Bispo Diocesano Dom Paulo Renato, que procedeu à acolhida dos participantes, saudando sucessivamente as diferentes foranias e suas respectivas paróquias: a Forania Norte, Central, Indígena e a Sul, registrando que todas as paróquias de todas as foranias da Diocese estavam representadas. A acolhida se estendeu às irmãs religiosas da Diocese, aos seminaristas, diáconos, sacerdotes, à palestrante convidada, Mariana Venâncio. Assessora da CNBB. Dom Paulo destacou que o conhecimento da história diocesana, que se aproxima do seu Jubileu de cinquenta anos, é fundamental para julgar o presente e evitar a confusão de achar que certas situações são exclusivas do tempo atual. Reforçou a importância da história rica da região para a Igreja no Brasil, citando os povos originários, imigrantes e garimpeiros. O Bispo relatou sua visita à Aldeia Indígena Sangradouro como forma de valorizar a história e conhecer os povos originários, sendo isso hoje mais possível pelas facilidades de locomoção e saúde. Mencionou o questionário utilizado como instrumento de autoconhecimento da Diocese, destacando o considerável número de respostas e a necessidade de reflexão a partir dos dados obtidos. Este processo, o Bispo esclareceu, compreende a etapa do “Ver” do caminho sinodal (todo o ano de 2024 a 2025), o que permitirá “Julgar” a condição atual com maior propriedade. O Bispo agradeceu a presença da palestrante Mariana Venâncio, apresentando seu currículo acadêmico em Teologia e Linguística e sua atuação como assessora do setor Bíblico-catequético da CNBB. Mencionou ainda que ela integrou a equipe que compilou as respostas sinodais do Brasil e foi convidada pela Santa Sé para falar na abertura da Introdução do Jubileu das equipes sinodais em Roma, na presença do Papa Leão. Dom Paulo Renato, informou que o terceiro ano do processo sinodal será dedicado à escolha das três prioridades que emergiram do caminho sinodal, concluindo em dois mil e trinta e um com a abertura do ano jubilar da Diocese, que se encerrará em fevereiro de dois mil e trinta e dois, na celebração dos cinquenta anos da Diocese. Finalizou reforçando o caráter objetivo da assembleia, orientado à obtenção de resultados concretos, e reiterou que a responsabilidade da missão de levar o Evangelho é de todos os membros da Diocese. Foi apresentado o Panorama Geral da Diocese – pelo Seminarista Radamés. O Seminarista apresentou o tema “A Cruz do Araguaia: O martírio de Meruri como símbolo de encontro e conflito entre identidades e culturas”, destacando a importância do evento histórico para a futura beatificação dos martirizados. Ele descreveu o Mato Grosso como uma terra de fronteira, e Barra do Garças, que começou com o garimpo, como uma cidade que sintetiza diferentes facetas sócio-econômicas, religiosas e políticas. O Seminarista detalhou a história da região, desde os primeiros habitantes indígenas (Bororo, Xavante, Karajá, Javaé e Tapirapé), passando pela exploração extrativista no século XVIII (lenda da garrafa de diamantes enterrada por Simeão Arraya) e as migrações que formaram a diversidade cultural do estado. Diante desta diversidade, o Seminarista apresentou o martírio de Meruri como um símbolo capaz de congregar todo o povo da Diocese em torno da cruz do martírio.
Apresentação dos Dados do Questionário
O Senhor Bispo retomou a palavra, reforçando que a história da Diocese é irrevogável e deve ser redimida pela Cruz de Cristo e que a responsabilidade é de passar a Palavra de Deus adiante para que a violência não se repita. Agradeceu a atuação dos padres salesianos na Diocese. Dom Paulo retomou o tema do Questionário, cujas respostas seriam o objeto de trabalho da Assembleia e posteriormente levadas às foranias. Informou que o questionário obteve duas mil trezentos e oitenta e três respondentes, com credibilidade estatística superior a noventa e oito por cento e margem de erro de dois por cento, sendo a maioria das respostas proveniente da Forania Norte, seguida pela Central, Sul, Indígena e outras cidades.
Palestra de Mariana Venâncio
Ela introduziu a Sinodalidade como o critério principal da Igreja nos últimos tempos e a síntese do que é ser Igreja, o que significa “caminhar juntos”. A missão da Igreja é anunciar o Evangelho e ser sinal do Reino de Deus neste mundo, conforme a Lumen Gentium. Mariana afirmou que a principal mudança para caminhar juntos exige o retorno a Cristo, pois a sinodalidade é um encontro pessoal e comunitário com Ele.A Sinodalidade se orienta por três palavras-chave: Comunhão, Participação e Missão.Comunhão: Significa viver a unidade na diversidade, entendendo as diferenças como dons do Espírito, em oposição ao individualismo do tempo atual. Participação: É o tomar parte na missão da Igreja. Todos os batizados são participantes e possuem um sacerdócio comum. Conversões Sinodais: Mariana apresentou os três caminhos indicados pelo Sínodo da Sinodalidade para se alcançar a Sinodalidade hoje: Conversão das Relações: Aprender a escutar (o Espírito, a Palavra e o outro), sem pressa de falar, e reformar as relações de autoridade, vendo o clericalismo como serviço, e não poder.Conversão dos Processos: Mudar os processos de tomada de decisão, buscando a construção de consensos a partir de referências sólidas e da corresponsabilidade de todos. Conversão dos Vínculos: Deve ocorrer dentro da Igreja e, principalmente, da Igreja com os que estão de fora (contexto religioso, político e social), saindo em missão. No Domingo de início com a Santa Missa presidida pelo nosso Bispo Diocesano, e concelebrada pelos Padres, presentes, após a Santa Missa, houve o café, seguida de trabalho em grupo sobre a conversação no espirito, onde foi apresentado o método. Seguida de apresentações, e conclusões finais.
