Matriz de Torixoréu é Dedicada e tem altar Consagrado

Na noite do último domingo, dia 17 de novembro, a Paróquia de São João Bosco e Nossa Senhora do Rosário, em Torixoréu, viveu um momento histórico e de profunda espiritualidade com a celebração da Missa com Rito de Dedicação da Igreja e do Altar, presidida por Dom Paulo Renato de Campos, Bispo Diocesano de Barra do Garças.

 

A celebração contou com a participação fervorosa dos fiéis, autoridades, irmãs religiosas e membros dos conselhos paroquiais  que se  reuniram em grande número para testemunhar este rito. O pároco, Pe. Salvador Maria, Pe. Karl Binder (Pároco emérito), O Vigário Forâneo, Pe. Vandilson Pereira Sobrinho, concelebraram a Santa Missa.

 

Dom  Paulo convidou todos a prestarem atenção em todo o rito salientando a grandeza do momento: “A aspersão de água benta, a unção do altar e das cruzes, o incenso que queima, a vela acessa, nos lembra que somos templos do Senhor, ungidos e iluminados para ser luz no mundo”.

 

Em sua homilia o bispo convidou a comunidade a ter zelo não somente pelo templo edificado com pedras, mas, e, sobretudo com o próximo: “É preciso que cuidemos uns dos outros, não só os familiares e amigos, mas dos nossos vizinhos, das pessoas da nossa comunidade dos marginalizados da sociedade, nem sempre é fácil, temos nossos ciúmes, egoísmos e competições, mas o desejo de buscar e espalhar o amor é também um virtude”.

 

 

Rito de dedicação

 

Após a homilia, teve início o rito de dedicação, onde foi depositada no altar a relíquia de Santo Arcângelo Tadini, sacerdote do interior de Brescia (Itália) que viveu de 1846 a 1912, é figura cristalina e fascinante. Homem de iniciativa, sacerdote autêntico, soube entrelaçar ousadia e fé, amor pelos homens e amor a Deus, austeridade e ternura. Fundador da Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré: mulheres consagradas, mas “operárias com as operárias” que educam as jovens trabalhadoras não subindo em cátedra, mas trabalhando lado a lado com elas.

 

Tadini oferece a suas Irmãs o exemplo de Jesus, Maria e José que na Casa de Nazaré, no silêncio e escondimento, trabalharam e viveram com humildade e simplicidade. Aponta o exemplo de Jesus que não só “sacrificou a si mesmo na cruz” mas durante trinta anos, em Nazaré, não se envergonhou de usar as ferramentas do carpinteiro e de “ter as mãos calejadas e o rosto lavado de suor”.

 

Em 2009 foi canonizado por Bento XVI, que o oferece como exemplo para os sacerdotes, e o aponta como intercessor para as famílias,  e entregando-o como protetor aos trabalhadores.

 

Após a dedicação da Relíquia, o altar foi ungido com o Santo Crisma, depois houve a consagração da igreja, onde as 12 cruzes foram ungidas, significando que o Templo é dedicado exclusivamente e sempre ao culto cristão.

 

Em seguida, foi feito a incessação do altar, significando o sacrifício de Cristo e utilizado para expressar que o sacrifício da Igreja e as orações dos fiéis chegam a Deus. Depois deste ocorreu o revestimento do altar, indicando que aquele local é altar do sacrifício, e ao mesmo tempo, a mesa do Senhor, onde é celebrada a morte e ressurreição de Cristo.

 

Por fim, a Igreja volta a receber a iluminação, 

apagada desde o início do rito, para recordar que Cristo é a “Luz a se revelar às nações”, terminado o rito, Dom Paulo prosseguiu com a liturgia eucarística.

 

Antes da benção final, o decreto de dedicação foi lido e assinado pelo Bispo Diocesano, pelo pároco e demais presbíteros presentes. Dom Paulo foi até a entrada principal da igreja, onde uma placa mencionando a dedicação e confirmando o título da comunidade matriz, foi descerrada pelo Bispo Diocesano que aplaudiu o momento com toda a comunidade.

 

Sobre a Paróquia 

 

Sua primeira construção foi finalizada 1937. Segundo relatos históricos, esta obra contou com a participação de toda a comunidade, destacando-se as figuras probas de Manoel Félix e Genésio de Sá. O templo dedicado a São João Bosco e Nossa Senhora do Rosário, ainda como capela, pertencia à então paróquia de Santa Rita do Araguaia.

 

Em 1972, A Paróquia de São João Bosco e Nossa Senhora do Rosário foi erigida canonicamente quando ainda pertencia a Prelazia de Guiratinga tendo como Bispo, Dom Camilo Faresin, SDB. Em 2014, passou a integrar o território Diocesano de Barra do Garças.

 

De acordo com o fiel, Francisco Filho, a nova Igreja, teve sua estrutura metálica erguida por volta de 1975,  “me recordo de ver as pessoas em mutirão cavando as valas manualmente e o Padre Carlos Binder celebrava missa onde se tornou a residências das irmãs. Mais tarde me tornei coroinha da igreja , me recordo bastante da irmã Tereza, como ela jamais vi, afirmou.

 

Segundo o Padre Carlos Binder, o novo formato da Igreja foi feito por um arquiteto alemão e amigo, de início a Igreja deveria ser circular, mas como não havia tecnologia para isso, naquele período, construiu-se então em formato piramidal que lembra uma tenda, lugar de encontro privilegiado com Deus e onde todos podem descansar. Lembra também a cada um que por ali, passa que somos passageiros, peregrinos rumo a Jerusalém celeste.

Atualmente, há 4 comunidades urbanas (Matriz; São José (Cantinho do Céu); Divino Pai Eterno – Setor Aeroporto) e cinco comunidades rurais: São João Batista (Alto Diamantino); Bom Jesus da Lapa (Pouso Alto); Nossa Senhora Aparecida (Serrinha); Escola da Furna e Boa Esperança. Uma curiosidade é a Paróquia de Torixoréu é próxima a Paróquia de Baliza, visto que as cidades são cornubardas

CURIOSIDADES SOBRE O RITO DE DEDICAÇÃO 

 

 

Antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), o rito de dedicação das igrejas e altares era comum nas catedrais e grandes santuários assim que eram inaugurados ou tinham suas obras concluídas. Após o Concílio, esse rito se estendeu às demais igrejas, inclusive às que já estavam em funcionamento há mais tempo, para ressaltar a dignidade do templo e a sacralidade do lugar de culto.

 

É conveniente que o rito seja celebrado pelo Bispo da diocese; se ele o não puder fazer por si próprio, confie-o a outro Bispo ou a um presbítero, especialmente àquele que lhe está associado para o ajudar na ação pastoral da diocese ou da comunidade para quem a igreja é construída.

 

Aspersão – O rito de dedicação é marcado por diversos símbolos e gestos. O primeiro deles é a aspersão com água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, aspergem-se as paredes da igreja e o altar.

 

Relíquias – Após a liturgia da Palavra, depois da invocação da Ladainha de Todos os Santos, são depositadas no altar as relíquias de santos e mártires, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a Cabeça.

 

Prece de Dedicação – O celebrante profere uma oração na qual manifesta a intenção de dedicar o templo a Deus para sempre, pedindo a sua bênção. “Que aqui os pobres encontrem misericórdia, os oprimidos alcancem a verdadeira liberdade e todos sintam a dignidade de ser vossos filhos e filhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém celeste”,diz um trecho da prece.

 

Unção – O altar e as paredes da igreja são ungidos com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes (em templos de dimensões menores isso se faz em quatro cruzes), em recordação dos apóstolos, sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão.

 

Incensação – Após a unção, é queimado incenso sobre o altar para significar que o sacrifício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem igualmente até o trono de Deus. Também toda a igreja é incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo.

 

Revestimento e Iluminação – Por fim, o altar é revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Em seguida, o altar é iluminado com velas, para recordar que Cristo é “luz para a revelação aos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas colocadas junto às cruzes que foram ungidas.

 

Eucaristia – Preparado o altar, é celebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.

 

PASCOM DIOCESANA

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