Homilia 7º Domingo Comum – ANO A
1º Leitura: Levítico 19, 1-2 – Chamado a santidade, não guardar ódio, rancor, vingança.
2ª Leitura: 1 Coríntios 3, 16-23 – Somos templos de Deus.
Evangelho: Mateus 5, 38-48 = Palavras quase impossível de aderir. Jesus estar a montanha, falando aos seus discípulos, para a cultura da época, de fato olho por olho e dente por dente esse ensinamento existe no livro de êxodo, e no de deuteronômio.
Nos tempos mais antigos, A ética dos povos da época, povo de Israel autorizava e reconhecia o direito a vingança, entretanto esse direito jamais era assumido e implementando na sua justa medida, sempre se excedia, não era o direito que se exercia, mas o ódio, e a atitude vingativa que queriam legitimar, foi um imenso passo.
Limitar a vingança, apenas um olho, não mais que isso, apenas um dente, não mais que isso. A época em que se tornou palavra legislada, foi um salto de qualidade imenso, para os padrões do tempo em que esta lei foi reconhecida.
Mas Ouvistes o que foi dito aos antigos – foi dito, no passado, no passado Deus limitou o direito a vingança, agora com Jesus, a nova lei, a nova aliança contempla outros critérios, quem segue Jesus e quer ter Deus por rei, este não busca na vingança um direito ou uma espécie de justiça que contempla apenas as logicas e os pensamentos, e os direitos de quem se arvora a condição de vingança ou direito a vingança.
Isto é, mais que buscar direito que Deus legitime, o evangelista quer que o leitor compreenda: Quem quer se deixar ensinar pelo filho de Deus, Jesus, desfaça de qualquer reivindicação retaliativa, que quer se parecer com Jesus Cristo, não vinga, supera rancores, esse direito na realidade desfigura a interioridade humana.
Ouvistes o que foi dito aos antigos – foi dito, foi voz de Deus. Não é preciso ser homem ou mulher de fé – para amar apenas a quem temos proximidade.
Amai os inimigos – nunca se disseram isso na tradição bíblica – amar os inimigos, deixar de odiar, quem odeia desfigura-se golpeia-se, envenena-se.
E sereis perfeito: E sereis perfeito como o vosso Pai é perfeito: quem é capaz de odiar até os inimigos, de que perfeição se trata?
Perfeito não é quem não erra, perfeito é quem consegue ser bom com quem não é bom.
Eu consigo chegar à perfeição, na medida em que alcanço a prática de gestos de bondade com quem não foi bom comigo.
Assim é Deus, ele ama, maus e bons, como dar o seu sol, a sua lua, a sua luz, a chuva, ele não condena ninguém, isso não é apoiar o mal, mas oferecer a bondade como grande caminho possível, de superação de qualquer maldade.
Pe. Vandilson Pereira Sobrinho.