Contexto: Lucas 2, 22 – 40. Família, tema tão delicado nos dias de hoje. Para falar da família, eis aí a mãe, Maria, o seu pequeno, nem fala de José, um idoso, Simeão, e uma idosa, aparece um grupo de gente desprestigiada.
Vamos lá: Completaram -se os dias da purificação deles. Deles quem? Da mãe Maria, e do menino. Mas que purificação? Naquela época, quando alguém estivesse manchado de sangue era necessário, para não atrair forças malignas, que poderiam desgracar a vida de alguém, quem estivesse sujo de sangue, era preciso fazer uma purificação religiosa no templo, estamos naquela época.
Todo parto tem sangue, seja na mãe, seja na criança. Passam por isso, é preciso purificar, critérios da época, e lá foram eles. Todos os primogênitos, sempre, desde os animais, eram oferecidos a Deus em consagração.
O animal era oferecido como gratidão ao dom de Deus. E sacrificado, não se fazia isso com uma criança, evidentemente. Mas daí havia uma oferta substitutiva. Se a família pudesse oferecer algo mais consistentes, tivesse recursos, eram ovelhas, um cordeiro, se não, dois pombinhos, e aqui vão os pobres, lá de Nazaré, passaram por Jerusalém. Belém está a seis quilômetros. Foram ao templo para os ritos todos.
Havia um homem chamado Simeão. Aí entrou um personagem novo, parece que interrompeu o evangelista. Sobre a apresentação da purificação.
Era esperado desde séculos aquele Messias, e ele chegara. Ninguém o perceberam, a não ser aqueles que levaram consigo, a sensibilidade, e as percepções de Deus.
Quem estar à procura de Deus, percebe a sua presença. Que não estar à procura, dele por mais que multiplique os ritos, nada o percebera. A não ser aquele idoso, vamos observar aqui algumas qualidades:
Era justo e piedoso, justo é aquele que configura a própria vida, segundo o querer de Deus. Ele esperava a consolação de israel.
Esperar – por mais que fossem contraditórios, as experiências e sinais, ele nunca deixou de mover-se, segundo a esperança, um homem que foi sempre capaz de olhar para o futuro, segundo o que Deus lhe prometera.
Como Alguém eu tinha o povo de Israel, com predileção. Assim era Deus.
Movido pelo espírito, no texto original, é: movido por Espírito, quer dizer: Movido por força de Deus, veio ao templo. Contemplar a salvação chegada.
Como poderia reconhecer numa criança de oito dias, impotente de tudo?
É, quem tem, os sentimentos de Deus, o reconhece, quem procura um Deus, cheio de onipotência e poderes, que arrasa com alguns e dá prêmios, a outros, ficaram desapontados, aquele senhor ancião, percebeu.
Também aquela idosa, sete anos vivera com seu marido, não foi simplesmente, sete anos, tempo cronológico, significa totalidade, ela, vivera a inteireza de si mesma, numa vida de comunhão, com o marido, e agora 84 anos.
Oito mais quatro é 12, que na cultura judaica, representa o povo de Israel, o que aquele idoso, e aquela idosa, fragilizada de tudo. A quem parecia que tudo estaria a se perder, porque a fragilidade, a velhice, chegara, e não contemplara a salvação. Ei-los agora.
Felicitando-se com Deus, por aquelas escolhas feita, a de se apresentar com o rosto de criança, veste de criança, com carência de criança. Deus começou pequeno, e nunca deixou de ser humilde.
Até que um dia pôs o avental, e lavou os pés dos seus. Esse é o modo de Deus se apresentar e de ser reconhecido.
Pe. Vandilson Pereira Sobrinho.