Homilia 5º Domingo da Quaresma ANO A Evangelho: Joao 11, 1-45
Jesus já operara sinais admiráveis, transformara a água em vinho, a cura do filho do funcionário real, o paralitico que havia 38 anos a beira da piscina, depois a multiplicação dos pães ao povo esfomeado, e a travessia sobre as águas, são cincos. Ainda a cura do cego, domingo passado, 06, e 07 Lazaro, evangelho de hoje. São 7, sete significa totalidade, perfeição e essa completude Jesus operara admiráveis prodígios, mas ainda assim a morte permanecia como um enigma instransponível.
Todos os beneficiados dos prodígios anteriores, realizados por Jesus, antes ou depois, seriam alcançados por essa potência que chamamos de morte, que alcança cada um de nós, todos os filhos da humanidade. Ainda era preciso que contemplasse a grandeza de quem era aquele que em nome de Deus, vinha oferecer uma nova luz, como no domingo passado, ou água viva no caso da samaritana.
Jesus amava lazaro – soubera da sua doença, esta doença, porém é para a gloria de Deus. (Cf. Jo 11, 3-4). Aquela época qualquer doença era tida como punição, castigo, por alguma imoralidade praticada por alguém da família ou pelo próprio sujeito ou os Pais, Avós, alguns dos seus antecedentes. Lazaro estava assim, Deus estaria a punir, eis que estava doente, eis que estava a experimentar a dor da punição por algum erro.
E ai Jesus reinterpreta, é para que apareça o amor de Deus, que não pune, não quer desgracar a vida de ninguém, ele vem para atestar que com a chegada de Jesus nem a morte teria qualquer autoridade sobre a humanidade.
Puseram -se a caminho, Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dia. (Cf. Jo 11, 17). Para os critérios do tempo, alguém estava definitivamente morto somente depois de três dias após ter expirado, então o espírito teria abandonado aquele corpo, aqui já quatro dia, então não haveria nenhuma alternativa, nenhum traço de esperança, ou o sentido da vida.
Não pretende o evangelista simplesmente descrever um milagre por mais extraordinário que seja, aqui pretende o evangelista que o leitor compreenda.
Lázaro – nome – Elazar ou Eleázaros (Eliesser). que significa socorro e Deus Socorreu, Deus Ajudou. Todos os lázaros que são da história que são alcançados pela potência da morte – morte é ruptura com a vida – que significa também ruptura com Deus. Que todos aqueles sujeitos a potência da morte, se socorridos, e Deus quer socorrer, Jesus se pôs a caminho, foi até lá, inclusive Jesus chorou. (Cf. Jo 11, 35). Dói no próprio Senhor, a dor da humanidade.
Por que não o livrou dessa morte? (Cf. Jo 11, 37). Alguns o questionava. E aqui vamos entender: Não é simplesmente uma ressurreição de Lázaro, como se isso significasse tirar do tumulo uma ressurreição física da morte, não é isso que o evangelista quer que leitor compreenda. Aqui se tratou mais no caso de Lázaro, de uma reanimação, quem já estava a quatro dias absolutamente já sem vida, este corpo no caso de Lázaro, readquiriu vida, vitalidade biológica inclusive. Mas depois voltou a morrer.
Todavia esse já anuncia, Quando é Jesus quem passa pela morte, e ressuscita, não será mais uma reanimação de um corpo, mas a passagem para a vida de Deus, a eternidade, então sim se tratará de ressurreição. No caso de Lázaro foi reanimação. Cuja intenção do evangelista é que o leitor compreenda: Jesus é soberano, inclusive sobre a morte, e essa vitória sobre a morte se revelará muito mais poderosa na ressurreição do próprio Jesus.
O Tijolo
Um jovem e bem-sucedido executivo dirigia, em alta velocidade, sua nova Ferrari. De repente, um tijolo espatifou-se na porta lateral da Ferrari! Ele freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo. Saltou do carro, pegou bruscamente uma criança, empurrando-a contra um veículo estacionado, e gritou:
” – Por que isso? Quem é você? Que besteira você pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro. Aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro. Por que você fez isto?” ” – Por favor, senhor, me desculpe! Eu não sabia mais o que fazer!”, implorou o pequeno menino. ” – Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.” Lágrimas corriam pelo rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados. ” – É meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas! E não consigo levantá-lo.” Soluçando, o menino perguntou ao executivo: ” – O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim.” Comovido internamente muito além das palavras, o jovem motorista, engolindo “um imenso nó”, dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de rodas. Tirou seu lenço, limpou os arranhões, verificando se tudo estava bem… ” – Obrigado e que Deus possa abençoá-lo!”, agradeceu a criança. Então, o homem viu o menino se distanciar, empurrando o irmão em direção à casa.
Foi um longo caminho até a Ferrari… Um longo e lento caminho de volta.
Ele nunca consertou a porta amassada.
Deixou assim para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, a ponto de que alguém precisasse atirar um tijolo para obter a sua atenção…
Deus tem várias maneiras de falar.
Algumas vezes, quando não temos tempo de ouvir, Ele tem de jogar um “tijolo”.
Será que você andou recebendo “tijoladas” na vida para poder parar e pensar?
Pensar nas suas atitudes…
Pensar nas suas fraquezas…
Pensar no quanto você pode oferecer às pessoas e, por excesso de velocidade na vida, não o faz …
Pare, pense e veja o que você pode mudar em seu coração para ser uma pessoa melhor,
um amigo mais presente,
um cônjuge mais compreensivo,
um filho mais terno.
Ser, estar e compartilhar o que você tem de melhor para com os outros.
Lazaro vem para fora! Temos muitas coisas de lazaro morto dentro de nós! Estamos deixando morrer dentro de nós, do nosso coração: a Bondade, Compaixão, a Solidariedade, a doação de nós mesmos, de nosso tempo, dons e talentos.
Pe. Vandilson Pereira Sobrinho.